Lipossomas

Os lipossomas foram descobertos em 1960 pelo cientista inglês Alec Bangham. No entanto, somente 20 anos mais tarde as pesquisas em torno dessa estrutura foram intensificadas, alcançando, na atualidade, presença constante na indústria cosmética e farmacêutica.
Hoje em dia é comum falar-se de lipossomas em especial no que respeita à sua utilização em produtos de cosmética, particularmente, na composição de cremes hidratantes ou pomadas de aplicação cutânea.
Por serem tão semelhantes às membranas celulares, pensou-se que os lipossomas pudessem ser utilizados para encapsular ingredientes ativos cosméticos e aumentar a sua penetração, já que circulariam melhor entre as células do que os mesmos ingredientes não revestidos, e ao mesmo tempo poderiam fundir-se com elas, libertando o conteúdo para o seu interior. Além disso, a sua semelhança com as membranas biológicas torna-os toleráveis até para a pele mais sensível.
Funções
Quando, aplicados à cosmética, os lipossomas podem conter inúmeros ingredientes ativos no seu interior com vários objetivos:
Proteger os ingredientes da degradação causada por fatores ambientais, como a luz, calor ou oxigénio, entre outros (ex: antioxidantes)
Melhorar a sua penetração até às camadas da pele onde estes devem atuar (ex: vitamina C)
Prolongar a libertação e absorção dos ingredientes pela pele:
Para que ela se dê por mais tempo, minimizando número de aplicações necessárias (ex: ceramidas, para prolongar a hidratação da pele)
Diminuindo a irritação que alguns ingredientes podem causar (ex: retinóides)
Melhorar a estabilidade da formulação, que possa ser afetada por determinado ingrediente
Permitir utilizar ingredientes incompatíveis entre si ou com a formulação num mesmo produto
Fornecer à pele ácidos gordos e outros lípidos provenientes do revestimento dos próprios lipossomas
Na área da cosmética, os lipossomas têm vindo a ser utilizados, tanto para aumentar a incorporação de substâncias activas nas células, como enquanto veículo de libertação controlada de princípios activos. Aqueles têm sido empregados na prevenção da queda de cabelos, promoção do crescimento capilar, desaceleração do processo de envelhecimento da pele, clareamento da pigmentação cutânea e prevenção e tratamento da lipodistrofia ginóide (vulgarmente conhecida por celulite).
São-lhes igualmente atribuídas elevadas capacidades de hidratação e de nutrição da pele, para além de poderem servir de veículos a outras substâncias, nomeadamente, vitaminas e fármacos de acção tópica como anti-inflamatórios e antifúngicos.





Para além da sua aplicação mais generalizada em produtos cosméticos, nas últimas 3 décadas, tem sido investigada a possibilidade de utilizar os lipossomas fármacos com elevado grau de toxicidade, como é o caso dos fármacos utilizados em oncologia e de alguns antibióticos. Neste caso, os lipossomas apresentam a grande vantagem de permitirem veicular o princípio activo ao local a tratar e promover a libertação controlada e localizada do fármaco, tornando possível administrar doses superiores de medicamento e evitando os efeitos secundários observados nas terapêuticas convencionais.

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