BCAA e a HIPERTROFIA:
Existem 9 aminoácidos essenciais: isoleucina, fenilalanina, lisina, leucina, treonina, metionina, triptofano, valina e histidina. Essenciais, pois o corpo precisa do consumo desses aminoácidos, pois não tem a capacidade de sintetizá-los.
Destes, três deles são classificados como aminoácidos de cadeia ramificada. Falamos em cadeia ramificada, pois eles possuem estrutura molecular que apresentam duas ou mais ramificações que se conectam a mais carbonos na molécula. São eles a leucina, a isoleucina e a valina.
A leucina, juntamente com a valina e a isoleucina, representa quase 50% do total de AAE em proteínas musculares. Além disso, a interação entre leucina e mTOR favorece o aumento na síntese de proteínas.
As fibras musculares possuem mais de um núcleo. Ao redor das fibras, existem as células satélites, que são responsáveis pelo aumento da massa muscular. São elas que fazem a reparação do tecido muscular, quando ocorrem micro- lesões durante o exercício físico. Isso se dá através de divisões celulares das células satélites, onde essas novas células se deslocam para o local da lesão, auxiliando no processo de reconstrução da massa muscular.
Na hipertrofia, existe uma via bioquímica chamada de PI3K- mTOR- AMPK, responsável pelo aumento das proteínas, onde através do exercício resistido, o organismo ativa a molécula PI3K, situada na membrana da fibra muscular, que acaba por ativar a mTOR, responsável pela síntese proteica. Nesse processo, o tamanho das fibras miosinas aumentam ocorrendo a hipertrofia muscular.
No exercício aeróbio, há um aumento da proteína AMPK, que também se encontra na fibra muscular, participando da biogênese mitocondrial, ou seja, ela é responsável pelo aumento do número de mitocôndrias.
A proteína AMPK, tem um papel antagônico ao mTOR. Quanto maior a ativação de AMPK, menor a ativação de mTOR.
No entanto, estudos mostram que quando há a execução de exercícios de força isoladamente, ou juntamente com exercícios aeróbios, as respostas hipertróficas de mTOR não são alteradas.
A alimentação tem forte relação com a maior sinalização de estímulos de mTOR e, portanto, pode influenciar no ganho de massa.
Todo aminoácido é importante para a síntese proteica. Todavia, existem três em especial que são capazes de influenciar positivamente na ativação de mTOR: a leucina: O mTOR é uma importante via anabólica celular que é responsável por grande parte da resposta anabólica ao estímulo de nutrientes. Em indivíduos adultos, os aminoácidos (leucina especificamente) são responsáveis por desencadear a ativação mTOR.
Também são importantes a arginina e a glutamina, que é utilizado como fonte de nitrogênio e energia pelas células em proliferação.
Com relação ao BCAA e sua proposta de anabolismo, estudos de revisão mostraram que por mais que esteja provado que a leucina estimula a mTor, que é a via de síntese proteica e anabolismo muscular, esses estudos mostram que o uso de BCAA na atividade física, consegue apenas evitar o catabolismo, ( quando durante a atividade física, após o consumo de glicose, o corpo busca no próprio músculo a energia para a atividade física).
Esses estudos também afirmam que os BCAA exibem capacidade de estimular a síntese de proteína muscular após o exercício físico resistido, mas, na ausência dos demais aminoácidos essenciais, não conseguem sustentar uma resposta máxima de síntese. Assim, a suplementação isolada de BCAA não fornece benefícios adicionais à síntese de proteína muscular em detrimento à ingestão de uma fonte de proteína completa de alta qualidade, que fornece todos os aminoácidos essenciais necessários.
Consumo isolado de aminoácidos de cadeia ramificada e síntese de proteína muscular em humanos: uma revisão bioquímica
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082019000300600&script=sci_arttext&tlng=pt
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